Olá!

Neste artigo vamos falar sobre a Fórmula Mágica de Joel Greenblatt, muito utilizada por investidores de valor (value investors) no mundo inteiro.

Quem é Joel Greenblatt?

Joel Greenblatt é um acadêmico americano, administrador de hedge funds, investidor e escritor, autor do livro The Little Book That Beats the Market (em português: A Fórmula Mágica de Joel Greenblatt para Bater o Mercado de Ações):

No livro, Joel explica seu método para seleção de ações, a qual tem o objetivo de encontrar empresas de qualidade e subavaliadas pelo mercado.

Entendendo a Magic Formula de Joel Greenblatt

Primeiramente, é preciso frisar que a Magic Formula possui uma filosofia de contrarian investing, ou seja, é uma estratégia de investimento que se caracteriza em agir de maneira oposta ao sentimento geral do mercado.

Ela é baseada na filosofia de grandes investidores como Warren Buffet, o qual possui a famosa frase “Tenha medo quando os outros são gananciosos, seja ganancioso quando os outros estão com medo“.

Um contrarian acredita que o comportamento de manada entre os investidores (especialmente em períodos de grandes altas ou quedas) pode levar a erros ou exageros de precificação ​​dos ativos, podendo assim tirar proveito dessa situação.

A ideia de Joel foi criar uma forma de seleção de ativos que fosse automatizada, através de métodos quantitativos, e para isso definiu dois filtros:

• Selecionar empresas de qualidade através do indicador ROIC (retorno sob o capital investido).
• Selecionar ações com preços descontados utilizando o EV/EBIT (relação do valor de mercado da firma com o seu lucro operacional).

A Magic Formula é uma maneira simples de encontrar firmas que possuem grandes margens de lucro nas suas operações, mas que estão sendo negociadas a um baixo preço na bolsa. Através da fórmula cria-se um ranking de empresas que oferecem as melhores condições para investimento no momento.

Sendo assim temos duas métricas principais: uma para mostrar empresas que são “bem administradas”, ou seja, aquelas que oferecem bons retornos em suas operações, e outra para mostrar empresas que estão sendo negociadas com “desconto”, a um preço menor do que ela “realmente vale”.

Justamente por ser um método de contrarian investing, com muita frequência as ações que figuram no topo do ranking da Magic Formula são de empresas que estão “esquecidas” ou “fora do radar” das mídias, casas de research, assessores de investimento, influenciadores digitais, grupos de WhatsApp e Telegram, das “dicas do seu cunhado”, etc.

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Critérios de exclusão de empresas

Talvez, o mais importante aspecto da Fórmula Mágica de Joel Greenblatt não sejam os indicadores, mas sim os critérios de exclusão de ativos.

Greenblatt, no seu livro, determinou características de empresas que devem ser excluídas do processo de seleção. Os ativos a serem excluídos da Magic Formula são:

• Empresas com capitalização de mercado inferior a US$ 50 milhões (em referência ao mercado americano)
• Empresas de utilidade pública (utilities) e instituições financeiras
• Empresas estrangeiras (representadas por ADRs – American Depositary Receipts, ou no Brasil as BDRs).

A ideia geral então seria excluir as small caps e empresas que, por conta de seus modelos de negócios, tendem a apresentar leituras distorcidas nos indicadores fundamentalistas (como é o caso dos bancos e instituições financeiras como um todo).

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Como calcular a Magic Formula de Joel Greenblatt

Passo a passo para calcular a Fórmula Mágica de Greenblatt:

Para construir o ranking da Magic Formula é preciso calcular os dois indicadores mencionados (ROIC e EV/EBITDA), a partir dos demonstrativos financeiros (DRE e Balanços), disponibilizados pela CVM, B3, ou na página de RI (Relação com Investidores) de cada empresa, através das fórmulas:

EV = Capitalização + Dívida – Caixa e Equivalentes – Ativos Não-Operacionais

EBITDA = Resultado Líquido + Juros + Impostos + Impostos + Depreciação + Amortização

ROIC = NOPLAT (Lucro Líquido + Resultado Financeiro – Impostos ) / Capital Investido

Após feito esse levantamento, classifique as empresas pelo ROIC (em ordem decrescente) e atribua valor sequencial de ranking (1 para a primeira empresa, 2 para a segunda, etc). Feito isso, ordene novamente, agora pelo EV/EBITDA (em ordem crescente) e também atribua valores de ranking a partir de 1, 2, 3, etc.

A última etapa consiste em somar as duas colunas de ranking criadas, e assim você terá a pontuação (score) da Magic Formula:

MAGIC SCORE = EV/EBIT Rank + ROIC Rank

Quanto menor for a pontuação, melhor é a empresa, dentro a filosofia da Fórmula Mágica:

Parece um tanto trabalhoso, não é?

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Espero que tenha gostado deste artigo. Deixe um comentário ou entre em contato se estiver com alguma dúvida, crítica ou sugestão!

Um abraço,

Eduardo Teixeira
Scanner da Bolsa